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quarta-feira, 3 de abril de 2013


VISÃO DE UMA PEDAGOGA


Vera Lucia Pacheco

Atualmente, por razões de ordem social, profissional, cultural ou de empregabilidade observa-se no país um número crescente de instituições de ensino superior e o desenvolvimento e altos investimentos em tecnologias de informação e comunicação por parte delas.
Essas instituições estão sendo convocadas a assumir o papel de educar que se diferencia da mera instrução e o de preparar profissionais para atender às novas demandas do mercado de trabalho e da sociedade.
No entanto, segundo a literatura acadêmica e a prática profissional desenvolvidas no ensino superior, nota-se que não adianta a utilização de recursos tecnológicos inovadores se as instituições de ensino permanecem com visões e atitudes conservadoras.
Acredito que essas instituições e os profissionais que nela atuam devem buscar novos caminhos para que os estudantes nelas permaneçam, tenham melhor desempenho e concluam o seu curso.
Os professores necessitam rever a atual organização do saber que se encontra fracionado, em vez de ser fruto de pesquisas científicas, descoberto, compartilhado e construído socialmente, levando ao modelo de aprender a aprender e à utilização adequada das tecnologias de informação e comunicação para trabalhar o conhecimento. 
A aprendizagem deve ser colaborativa, isto é, precisa ter presente a interação, em que sujeito-objeto são organismos vivos, ativos, abertos, em constante intercâmbio com o meio ambiente, mediante processos interativos indissociáveis e modificadores das relações sujeito-objeto e sujeito-sujeito, a partir dos quais um modifica o outro e os sujeitos se modificam entre si. (MORAES, 1997)
Uma aprendizagem que encoraja a participação do estudante como um ser ativo e afetivo envolve a interação com o outro por meio de tarefas que incluem habilidades sociais e interdependentes.
Os professores tem que ter claro que as competências profissionais se constroem num processo de navegação diária, numa situação de trabalho a outra, e na execução além do que lhes é prescrito. Acrescentam ao seu conhecimento uma série de informações assimiladas e estruturadas por eles próprios, que lhes permite entender o mundo, e ter a capacidade de aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento adquirido, utilizando-o em uma ação com vista a atingir um propósito específico, com a dimensão do querer fazer, que diz respeito aos aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho. 
Essa relação entre ensinar e comunicar conhecimentos tem repercussões importantes sobre o modo e funcionamento da relação pedagógica e sobre a dinâmica geral do processo de transposição dos saberes, tendo em vista a grande quantidade de informações atualmente disponível na sociedade, a velocidade com que o novos conhecimentos são construídos e as interações cotidianas que os indivíduos realizam com as novas mídias. (MARTINS, 2002)
A partir desta visão, gostaria de instigar aqueles que procuram se inscrever num Curso de Licenciatura em Pedagogia, que serão os formadores dos formadores, a priorizar propostas de cunho interdisciplinar, com o intuito de instaurar uma visão mais globalizante do real, que seja capaz de combater a fragmentação.
Vera Lucia Pacheco é pedagoga, mestre em educação pela Universidade Federal do Paraná – UFPR, há mais de trinta anos trabalhando a profissionalização do professor. Atualmente é diretora de ensino do Instituto Superior de Educação da América Latina (ISAL) e da Faculdade de Educação São Braz. Responsável pela elaboração e publicação do livro “Diretrizas Básicas para a Produção de Trabalhos Monográficos”, com o objetivo de auxiliar os alunos do ISAL na elaboração de trabalhos científicos.

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